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Date: Novembro 18, 2015

Author: Eu Consigo

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Afasia – um transtorno também para o cuidador

A afasia é uma perturbação adquirida que condiciona a comunicação e que afeta a capacidade de compreender, produzir e utilizar a linguagem. Surge frequentemente como sequela de um Acidente Vascular Cerebral, estando ainda associada a patologias como tumores e traumatismos crânio-encefálicos. As pessoas afásicas enfrentam diversos desafios no seu dia-a-dia, dependendo do tipo de afasia, nomeadamente em atividades consideradas simples pela maioria, tais como estabelecer um diálogo, ver televisão ou o uso de tecnologias de comunicação, como por exemplo o telemóvel.

Dilema: cuidar/proteger e promover a independência

Um estudo publicado no jornal britânico Aphasiology, revelou que o grupo das pessoas com afasia (PCA) bem como os respetivos cuidadores concordam que existe um desentendimento mútuo na relação que é estabelecida entre ambos, o que por sua vez causa stress e frustração nos dois elementos.

Embora tanto o grupo dos cuidadores como o grupo das PCA demonstrassem uma motivação comum – consideram que é importante que a pessoa com afasia fosse socialmente mais ativa e independente – os dois grupos vivenciam dilemas diferentes.

Pessoa com Afasia

As PCA experienciam o dilema entre receber ajuda que promova o seu envolvimento e participação social, e não querer sentir-se dependentes dos outros. A necessidade de ajuda para comunicar é a questão central na afasia. Por um lado porque a incapacidade torna-se mais evidente quando o familiar presta auxílio na comunicação. Por outro porque o sentimento de dependência afeta a autoestima da PCA.

Cuidadores

Os cuidadores manifestam um sentimento de proteção face à pessoa com PCA, no entanto querem, simultaneamente, promover a autonomia desta. O principal dilema que os cuidadores vivenciam é encontrar um equilíbrio entre essas duas vertentes – ajudar/proteger, e encorajar a independência. Apesar dos cuidadores não desejarem ser demasiado protetores, as situações vivenciadas no dia-a-dia por vezes conduzem a que isso aconteça.

O cenário onde o cuidador é levado a comunicar em substituição da PCA gera uma nova situação onde ambos os elementos são confrontados com as suas limitações: a pessoa com afasia pelo facto de não conseguir expressar-se e necessitar que o cuidador o faça por ela; e o cuidador porque nem sempre é capaz de identificar corretamente aquilo que a PCA pretende que seja dito, o que por sua vez irá gerar frustração em ambos os elementos. Esta substituição pode levar também a que a PCA se iniba cada vez mais de tentar comunicar o que, por conseguinte, se traduzirá numa tendência progressiva para o evitamento social.

Face a essas dificuldades evidentes é fundamental que os cuidadores aprendam outras formas de comunicar com estas pessoas e estratégias quer para gerir a frustração, quer para lidar com os desafios com que a PCA se depara na sua vida em comunidade.

 

 

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