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Date: Outubro 7, 2020

Author: Eu Consigo

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A importância de reabilitar em casa

No século XXI a reabilitação de uma pessoa, seja numa situação aguda, por exemplo no seguimento de uma cirurgia, ou no contexto de uma doença crónica, já não se deve limitar aos tradicionais serviços de internamento e ambulatório. Antes devem ser complementadas com soluções de reabilitação no ambiente de desempenho, cujas vantagens, ainda pouco divulgadas, convidamos o leitor a conhecer.

O Senhor Joaquim sofreu um AVC há cerca de dois meses. No hospital fez fisioterapia, terapia da fala e terapia ocupacional. Teve alta hospitalar mas continua à espera de ser chamado para iniciar a sua reabilitação em ambulatório. Sente-se naturalmente apreensivo, uma vez que lhe foi dito que os melhores resultados da reabilitação se obtêm durante os primeiros meses de intervenção.

Tal como o Senhor Joaquim, a Dona Maria do Carmo também esteve hospitalizada devido a uma fratura do colo do fémur na sequência de uma queda. Após cirurgia, teve alta. Porém, ao chegar a casa, sente que necessita de ajuda para muitas das suas atividades. 

É importante frisar que, antes de deixarem o hospital, o Senhor Joaquim e a Dona Maria têm de ser informados sobre as opções que existem nas suas áreas de residência para obterem o apoio de que necessitam. No entanto, na realidade por vezes acontece que esta informação não é fornecida, ou é incompleta, ou ainda não é bem entendida. Cabe também aos cuidadores procurarem junto da assistente social encarregue do caso obterem toda a informação necessária.

 Por se tratar de uma abordagem relativamente recente, e nem sempre disponível, as opções de reabilitação no ambiente de desempenho muitas vezes não são analisadas. É fundamental, por isso, alertar para o facto de que, para além dos serviços de apoio domiciliário, alguns centros sociais disponibilizam serviços de fisioterapia, terapia ocupacional e psicologia, entre outros. Da mesma forma, alguns centros de saúde e unidades hospitalares permitem o seguimento em casa por enfermeiros e técnicos de reabilitação. Simultaneamente, é possível recorrer a associações e empresas que disponibilizam serviços de alta qualidade e especializados. 

Recorrendo a um destes serviços, o Senhor Joaquim pode iniciar em casa as terapias necessárias. Inclusivamente, pode integrar no seu plano de reabilitação treinos motores e cognitivos que, por serem realizados no seu ambiente de desempenho, permitirão a sua capacitação para a realização autónoma das suas atividades de vida diária. Imaginemos, por exemplo, que este senhor não consegue movimentar um dos braços. Poderá, com a ajuda do terapeuta ocupacional, treinar-se para ainda assim realizar a sua higiene, preparar as suas refeições, vestir-se, entre outras atividades, usando os seus próprios utensílios.

Da mesma forma, a Dona Maria do Carmo pode ser assistida por um serviço de apoio domiciliário que lhe permita ter ajuda na higiene e alimentação, mas pode também realizar em casa as sessões de fisioterapia. Pode ainda pedir a um terapeuta ocupacional que adapte a sua casa de banho para poder usá-la com maior segurança.

A reabilitação no contexto de desempenho, seja o domicílio ou outros espaço onde a pessoa passe grande parte do seu tempo, permite realizar todo o tipo de treinos onde, quando e como as dificuldades surjem, em vez de no ambiente “laboratorial” de uma clínica ou hospital.

Por outro lado, permite que os técnicos tenham um contacto direto e mais aprofundado com a família e outros cuidadores, integrando-os no processo de reabilitação, fornecendo-lhes estratégias e ajudando-os a ultrapassar dificuldades, num verdadeiro trabalho de equipa.

Assim, aconselha-se que, ao planear a sua reabilitação ou a de alguém que esteja ao seu cuidado, não exclua estas opções menos conhecidas. Opte por se informar quer nos hospitais e centros de saúde, quer nos centros sociais, associações e empresas que podem fornecer serviços na sua área de residência. A internet pode, aqui, ser uma excelente aliada. Infelizmente nem sempre é fácil encontrar a solução mais indicada mas não se conforme. As soluções existem para o ajudar e servir.

Boa convalescença!

António Marques (Terapeuta Ocupacional) e Patrícia Protásio (Gestora de Formação). Eu Consigo.

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