Uma perna na sala de espera

A terapia ocupacional está em todo o lado. Porque em todo o lado encontramos alguém que poderia beneficiar de um conselho, de um cuidado. Uma criança no parque, um senhor no café… Há sempre alguém com um tio, uma prima ou um amigo que caiu, teve um AVC ou simplesmente tem uma dor que impede de fazer qualquer coisa. As conversas sucedem-se e… porque não partilhá-las?

Imagem: olhaquerealmente.blogspot.com

Estávamos há várias horas na sala de espera  do médico quando esta conversa começou. Era uma senhora simpática. Cabelo branco, curto. Aspecto robusto. Mas doía-lhe a perna. Tinha-a partido há 8 meses, mas ainda não estava bem. O  médico que na altura a seguia, depois da operação, mandou-a usar um andarilho para andar, mas “sem pôr o pé no chão”. “Ele não sabe que uma pessoa da minha idade não consegue andar por aí ao pé coxinho???” disse ela, indignada. Resultado: em vez de usar o andarilho, esteve 3 meses na cama, com todas as consequências físicas e emocionais que isso acarreta.

O treino de uso de produtos de apoio (como o andarilho, entre outros) é uma das competências do  terapeuta ocupacional . Que pena esta senhora não ter tido junto de si alguém qualificado para a aconselhar quando mais precisou…