Sabia que a pessoa que sofreu um AVC…
…deve continuar a fazer as coisas sozinha ou com o mínimo de ajuda?
O cuidador deve pensar duas vezes antes de agir. A pessoa que teve o AVC poderá realizar a tarefa por si própria? Precisa apenas de supervisão ou ajuda parcial, ou será mesmo necessário substituí-la na realização da actividade? A capacitação é fundamental para uma boa recuperação pós-AVC. É importante contar com o cuidador para promovê-la.
Texto de António Marques, Terapeuta Ocupacional
Muitas das pessoas que sofrem um AVC ficam temporariamente com algumas limitações físicas ou cognitivas, o que condiciona a forma como realizam algumas tarefas ou actividades do dia a dia que costumavam fazer antes.
Por norma, os familiares mais próximos ou cuidadores tendem a ter um comportamento superprotector, não permitindo que a pessoa que sofreu o AVC participe nas suas actividades, pensando que estão a ajudá-la ou que estão a evitar que corra riscos desnecessários.
No entanto, quanto maior for a substituição, ou seja, fazer pela pessoa, na realização das actividades do dia a dia, mais estão a contribuir para a progressão da dependência. Se, ao invés, permitirem que a pessoa que sofreu o AVC utilize as capacidades que ainda conserva na realização das actividades diárias, estão a promover a sua autonomia.
Ao participar activamente nas actividades que consegue (e como consegue), a pessoa que sofreu o AVC está a desenvolver um sentimento de competência, de realização e de utilidade. Assim, melhora a forma como se vê a si mesma e se sente em relação aos outros, o que contribui para o processo de recuperação da sua auto-estima e da sua percepção de eficácia, bem como para o reconhecimento dos outros pelos resultados que consegue alcançar.
É natural que seja necessário, em determinadas alturas, uma ajuda do familiar ou cuidador. Mas ajudar é diferente de substituir.
Ao ajudar, estamos a permitir que a pessoa utilize as suas capacidades e, inclusivamente, as desenvolva. A isto chama-se capacitação.
Se por um lado a capacitação ajuda a pessoa que sofreu o AVC a melhorar, também traz benefícios ao familiar ou cuidador, nomeadamente o alívio da sobrecarga inerente ao ter de fazer as suas actividades diárias, acumulando em si as actividades da outra pessoa. Esta situação tem tendência a piorar ao longo do tempo, tornando, muitas vezes o familiar ou cuidador numa pessoa que irá, ela própria, necessitar de ajuda no futuro.
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