Produtos de Apoio – Uma ajuda ao seu alcance
Os produtos de apoio constituem auxiliares preciosos para que as pessoas com incapacidade ou portadoras de deficiência consigam ter uma vida autónoma. No entanto, estes produtos têm de ser prescritos e o seu uso acompanhado por especialistas, sob pena de se pôr em sério risco a segurança e saúde dos utilizadores. Felizmente, está a tornar-se mais fácil ter acesso quer aos materiais, quer a acompanhamento de qualidade, graças à existência de bancos e centros de informação de produtos de apoio.
A população sénior tem vindo a beneficiar do aparecimento por esse país fora, muitas vezes apoiado pelos municípios e instituições de solidariedade social, de bancos que disponibilizam materiais indispensáveis à autonomia de pessoas com as mais variadas incapacidades. Sob a denominação genérica de produtos de apoio (em inglês assistive devices) encontram-se diversas tipologias de produtos, nomeadamente para facilitar a realização de actividades da vida diária, permitir uma mobilidade com maior autonomia, devolver a capacidade para o envolvimento em actividades de lazer e/ou profissionais, bem como para adaptar os ambientes de desempenho ou a forma de realizar determinadas ocupações.
Através dos bancos de produtos de apoio já é possível pedir emprestado algum material básico, nomeadamente de banho ou sanitário, anti escaras, facilitador de mobilidade, ou para acamados, entre outros, embora o conjunto de opções existentes possa ser, nalguns casos, ainda muito limitado. Com todo o mérito que merecem, estas iniciativas devem ser encaradas apenas como parte da solução, da mesma forma que a existência do produto de apoio é apenas um pressuposto (embora fundamental) do processo terapêutico.
É um facto que, seja através dos bancos, seja através das lojas, os produtos de apoio tornaram-se mais acessíveis. O desafio passou a ser agora como torná-los concretamente utilizáveis na vida quotidiana da pessoa com limitação.
A escolha acertada
Compreender em teoria o benefício de um produto de apoio é uma coisa, aceitá-la como parte integrante da sua vida é outra completamente diferente. Para muitas pessoas este é o primeiro obstáculo a ultrapassar no processo de adopção de um produto de apoio. Mas mesmo quando a iniciativa de procurar um destes produtos parte do próprio utilizador, não basta escolher um e levar para casa. Para que a utilização surta o efeito desejado é necessário que a pessoa esteja motivada mas também que o produto seja o mais adequado para aquela pessoa, com as suas especificidades físicas, as características da sua casa e outros ambientes em que se move, as suas rotinas e hábitos sociais, os seus recursos, limitações e traços de personalidade.
Enquanto a escolha de próteses e ortóteses requerem sobretudo uma apreciação médica, a selecção das ajudas técnicas engloba apreciações do ambiente físico, familiar e social (imagine-se por exemplo seleccionar uma ajuda técnica para subir as escadas lá de casa sem primeiro analisar o local). O terapeuta ocupacional, embora integrado numa equipa multidisciplinar, é o profissional mais habilitado para, tendo em conta os objectivos concretos da reabilitação, se inteirar das condições de vida do utente e dos seus cuidadores e em concordância aconselhar o produto de apoio mais indicado para cada situação. Para além de ajudar a escolher, o terapeuta ocupacional pode e deve contribuir também para personalizar e treinar a correcta utilização, inclusivamente no ambiente de desempenho da pessoa com incapacidade, para a verificação da sua eficácia, bem como mais tarde aconselhar a sua substituição caso necessário.
Os Centros de Informação
Não é portanto de estranhar que os terapeutas ocupacionais apareçam frequentemente ligados aos bancos de ajudas técnicas e aos centros de informação sobre ajudas técnicas. Estes centros pretendem ser verdadeiros núcleos de competência capazes de divulgar informação e dar apoio profissional personalizado às pessoas com incapacidade ou deficiência, bem como aos seus familiares e cuidadores. Uma vantagem destes centros é alargar os horizontes dos utentes que deixam de estar condicionados aos objectos disponíveis nos bancos de ajudas técnicas para terem acesso a um manancial de informação sobre os mais diversos tipos de produtos, incluindo tecnologias avançadas (electrónicas, informáticas, telemáticas) capazes de revolucionar por exemplo as suas capacidades de comunicação e inserção no mundo de trabalho. Outro benefício é a qualidade da relação com o utilizador. Quando os centros de informação se desenvolvem no seio ou junto aos próprios centros de reabilitação, os técnicos que se ocupam de um utente têm oportunidade de participar no projecto. Maior proximidade e convivência com o utente e seus cuidadores resulta, normalmente, em maior qualidade na orientação, aconselhamento e formação, tarefas típicas dos centros de aconselhamento sobre ajudas técnicas
Financiamento
A adopção de uma ajuda técnica pode implicar investimentos consideráveis. Para além do empréstimo directo dos produtos, as pessoas portadoras de deficiência ou incapacidade podem obter financiamento através dos centros prescritores. Existem três tipos de centros prescritores – centros de saúde, hospitais e centros especializados – cada um dos quais com poder para prescrever e solicitar o financiamento de determinadas categorias de produtos de apoio. Por exemplo, os centros de saúde não podem prescrever produtos de apoio para mobilidade pessoal, à excepção de bengalas e canadianas. Para obter o financiamento é necessário juntar ao processo 3 orçamentos do produto em questão, bem como documentos comprovativos da situação social, informação que a entidade prescritora encaminha à entidade financiadora (Centros Distritais da Segurança Social ou Santa Casa da Misericórdia de Lisboa). Se precisa de financiamento para um produto de apoio, facilmente encontrará na internet o Manual de Procedimentos para o Financiamento de Produtos de Apoio que a Segurança Social disponibiliza acerca deste assunto.
A importância de assegurar não apenas a disponibilidade de algumas ajudas técnicas mas a informação completa sobre as suas características, bem como apoio profissional na sua escolha, treino de uso, fornecimento, instalação e manutenção ganha outra dimensão tendo em conta que a autonomia pessoal – ou pelo menos a máxima autonomia possível – é uma das chaves para a integração social, e que desta depende em grande medida a qualidade de vida das pessoas com incapacidade, muitas das quais seniores.
Para informações mais detalhadas pode consultar os sítios da internet abaixo mencionados.
Catálogo Nacional de Ajudas Técnicas:
//www.ajudastecnicas.gov.pt/
Lista homologada divulgada pelo Instituto Nacional de Reabilitação: //www.inr.pt/content/1/1742/lista-homologada
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