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Doenças profissionais – Mais vale prevenir que pagar

As doenças profissionais são responsáveis pela maior parte dos afastamentos do trabalho e pelos custos com pagamentos de indemnizações, baixas, tratamentos, processos de reintegração profissional, presentismo e redução de produtividade. Saiba como proteger o capital humano da sua empresa destas ameaças.

Se o capital humano é o maior bem de uma empresa, o mais importante investimento que um empresário pode fazer é na protecção desse bem essencial. As doenças profissionais constituem uma séria ameaça ao bem-estar dos funcionários e das equipas e não devem ficar de fora de uma análise estratégica objectiva sobre o futuro da sua instituição.

Considera-se doença profissional toda aquela que é produzida em consequência do trabalho, com evolução lenta e progressiva, que ocasione ao trabalhador uma incapacidade para o exercício da sua profissão ou a morte. São doenças nas quais o trabalho desempenha o papel de agente causal. (1)

Atualmente, as mais significativas são as osteoarticulares e neuromusculares, bem como as do foro psíquico relacionadas com o stress, sendo que as patologias músculo-esqueléticas – como as tendinites, hérnias, entre outras – e algumas neurológicas – como o síndrome do túnel cárpico, paralisias, entre outras – são as que mais crescem por diversos fatores, nomeadamente a especialização do trabalho e a intensidade das jornadas (2).

 As lesões músculo-esqueléticas

Em Portugal, as lesões músculo-esqueléticas são as doenças profissionais com maior incidência, apresentando uma percentagem de ocorrência superior à média da União Europeia.

musculo esquelética

As lesões músculo-esqueléticas ligadas ao trabalho advêm da execução de movimentos repetitivos, mas também de posturas incorretas prolongadas, da sobrecarga muscular estática, do excesso de força, entre outros (1). No que diz respeito à dor músculo-esquelética, esta pode ser focal ou difusa, aguda ou crónica, sendo que a lombalgia é o exemplo mais comum desta última (Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, 2015).

É de notar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou, em 2009, que as perturbações músculo-esqueléticas eram responsáveis por mais de 10% de todos os anos perdidos por invalidez.

musculo esqueléticaue

O Stress

De acordo com a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (2003), a seguir às lombalgias, o stress no trabalho representa um dos problemas de saúde relacionado com o trabalho mais comuns na U.E., afetando quase 1 em cada 3 trabalhadores. Este tipo de stress pode ocorrer em qualquer sector, em empresas de todas as dimensões, e afetar toda a gente em todos os níveis hierárquicos.

Da mesma forma um relatório elaborado pela União Geral de Trabalhadores, sobre o ano de 2010 relativamente à União Europeia, chama a atenção para problemas relacionados com o stress em profissionais de nível superior integrados em serviços de educação, financeiros e de saúde, referindo que esses estão a aumentar para níveis preocupantes. (2)

A Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho calcula que o stress no trabalho custe aos Estados-Membros cerca de 20 biliões de euros anuais, alertando também, a acrescer ao custo monetário, para os custos socioeconómicos e os riscos psicossociais de cada indivíduo.

Um plano de actuação para a sua empresa

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a prevenção de lesões no sistema neuro-músculo-esquelético deve ser realizada utilizando uma abordagem ergonómica, mediante o melhoramento do ambiente, instrumentos, equipamentos e métodos de trabalho. (3) O Terapeuta Ocupacional é o profissional de saúde habilitado a trabalhar no âmbito das disfunções ocupacionais. O seu contributo para a preservação da saúde dos seus funcionários pode passar por:

1-Adaptação preventiva do ambiente de trabalho, através de avaliação dos postos de trabalho, formação em sala e aconselhamento, com vista à introdução de melhorias que permitam um ambiente laboral que ajude a prevenir o aparecimento de doenças profissionais;

2-No caso específico das lesões músculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho, o Terapeuta Ocupacional procurará no âmbito da sua acção reduzir a tensão muscular; aumentar a tolerância à atividade; educar o trabalhador sobre a natureza e as causas deste tipo de lesões; facilitar a percepção sobre autogestão; transmitir informação sobre ergonomia e posturas de trabalho (3); e ainda promover a adopção de rotinas e processos que contribuam para uma correcta utilização do corpo, diligenciando, por exemplo, a conservação de energia e a protecção articular.

3-Promoção do retorno à vida profissional de pessoas que foram vítimas de acidente ou doença no desempenho das suas funções.

O Terapeuta Ocupacional poderá trabalhar ainda em articulação com um psicólogo no sentido de promover uma gestão eficaz do stress laboral. Num primeiro momento, através da aplicação de questionários e entrevistas é possível identificar as principais causas de stress. Em seguida, a formação em sala poderá ajudar a clarificar aspectos fundamentais como a comunicação, a gestão de equipas multidisciplinares, a gestão de conflitos ou a introdução de conceitos da psicologia positiva nas equipas. Por fim, os procedimentos identificados como geradores de stress podem ser neutralizados através da criação de novos protocolos de actuação, introdução de medidas suplementares ou de recursos alternativos aos habitualmente utilizados na sua instituição.

Se procura prevenir ou minimizar os efeitos das doenças profissionais na sua empresa, não deixe de nos consultar. Dispomos de uma equipa de terapeutas ocupacionais e psicólogos capazes de fazer um diagnóstico e actuar preventivamente, nomeadamente através da formação, em temáticas como:

 

-Protecção articular e conservação de energia no manuseamento de cargas

-Ergonomia e postura no local de trabalho

-Prevenção de Quedas

-Planeamento e organização das tarefas e ambientes de desempenho

-Liderança e gestão de equipas

-Negociação de conflitos

-Trabalho em equipas multidisciplinares

-Psicologia Positiva em contexto laboral

Para saber mais sobre como podemos ajudar, contacte-nos.

Fontes:

1. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, IP (2013). Saúde Ocupacional – Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais: Orientações técnicas. [Em linha] Direção-Geral da Saúde, Governo de Portugal. Acedido a 1 Dezembro, 2015

2. Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (2014). Compilação de Dados Estatísticos sobre Sinistralidade Laboral e Doenças Profissionais em Portugal. [Em linha] União Geral de Trabalhadores. Acedido a 1 Dezembro, 2015

3. Sousa, B. (2010). Lesões Músculo-Esqueléticas Ligadas ao Trabalho (LMELT) em operários das fábricas de queijo da ilha de S.Jorge. Dissertação de Mestrado em Terapia Ocupacional. Porto: Instituto Politécnico do Porto Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto.

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