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Date: Novembro 17, 2017

Author: Eu Consigo

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Crianças transformam-se em super-heróis durante tratamento de radioterapia

Para diminuir o medo das crianças dentro das máquinas de radiação, a equipa do Centro Regional Integrado de Oncologia em Fortaleza, Brasil, começou a decorar as máscaras termoplásticas com temas infantis. A próxima fase será confeccionar roupas dos personagens.

Batman, princesa, Homem-Aranha e o que mais a imaginação permitir são os novos pacientes do Centro Regional Integrado de Oncologia (CRIO). Não é Carnaval, mas as crianças a partir de dois anos, que fazem radioterapia no ambulatório transformam-se nos seus heróis e personagens preferidos por uma boa causa. A ação faz parte do projeto Criança Bem-Vinda, com foco na humanização do tratamento dos pequenos. Há dois meses, as máscaras termoplásticas, necessárias à imobilização dos pacientes durante as sessões de radioterapia, ganham cores para evitar o medo dentro do equipamento.

O tratamento, algumas vezes simultâneo à quimioterapia, pode assustar as crianças, como explica a terapeuta ocupacional do CRIO, Patrícia Citó. “(…) se para um adulto é difícil, imaginem para estas crianças. A maioria delas vem do interior para um ambiente que não conhece. A máquina é muito grande, com a máscara causava um misto de ansiedade e medo“, refere.

O momento de levá-las ao equipamento era marcado por choro e, em muitos casos, elas precisavam ser sedadas para não se mexerem dentro do equipamento. “Também para nós era muito difícil lidar com estas crianças. A humanização da pediatria tem sido desenvolvida há uns quatro anos pela equipa de enfermagem, psicologia e terapia ocupacional. Criamos uma ação de não usar bata, e um funcionário fez uma miniatura da máquina (de radioterapia) para as crianças se familiarizarem”, aponta Patrícia.

A ideia da pintura das máscaras começou com um funcionário da manutenção. Tarcílio de Alcântra Monteiro, 47, é mais conhecido como “Foguinho” e, desde há muito tempo, gosta de “fazer arte”.


"Foguinho" decora as máscaras de acordo com o gosto 
das crianças (FOTO: MAURI MELO/O POVO)

O primeiro passo na confecção das máscaras é a escolha do personagem. Depois, Foguinho simula o tamanho do olho, faz o molde e pinta – a parte irreversível, como diz. “Se pintar errado, bota tudo a perder e tem que planejar de novo”, avisa. Apenas uma personagem, até o momento, foi recusada. “O Samuel queria uma máscara de lobisomen. Eu falei com a doutora que achava que ia ser muito feio. Aí ele mudou para o Homem-Aranha preto”, brinca.

Acompanhado da mãe, Raimunda Nonata da Silva, 37, Samuel, de apenas 8 anos, já está na quinta sessão de radioterapia no CRIO. Diagnosticado com linfoma de Hodgkin, ele tem ainda mais nove sessões pela frente e diz que escolheu o Homem-Aranha porque este salva o mundo.

Por mês, cerca de seis crianças fazem radioterapia no CRIO. A próxima fase do projeto será confeccionar as roupas dos personagens infantis para compor as fantasias durante o tratamento. “O propósito era exatamente esse, deixar o ambiente mais agradável, brincando com o imaginário da criança. Nós sabemos que o cancro provoca muita ruptura na vida, tanto do paciente como da família. É uma forma de compensar um pouco essa rotina de stress, de medo, e trazer carinho ao paciente”, frisa a terapeuta ocupacional.


A terapeuta ocupacional Patrícia Citó e 
Samuel (FOTO: MAURI MELO/O POVO)

Projeto premiado

O projeto que deu uma nova cor às máscaras foi premiado no Brasil como uma iniciativa de humanização da saúde e tem ajudado a diminuir até a quantidade de sedação de crianças na radioterapia.

“O resultado está sendo muito melhor do que a gente esperava satisfatório e surpreendente. Elas ficam ansiosas para fazer o tratamento para se vestirem de super-herói”, conta Patrícia.

Fontes:
Crianças com câncer viram super-heróis durante tratamento de radioterapia em Fortaleza – www.opovo.com.br

 

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