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Date: Março 1, 2018

Author: Joana Emauz Madruga

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Análise e adaptação

Terapia ocupacional – simplicidade e complexidade

Pense em todas as atividades que vai ou que tem que fazer hoje. Talvez tenha começado o dia por tomar banho. Fez isso ou prefere comer antes? Ou opta por tomar banho à noite? Se tomou banho, lavou o cabelo? Colocou o champô uma ou duas vezes? Usou condicionador? Lavou o cabelo primeiro ou o corpo? Toma banho de pé ou sentado? Estava muito quente a água? Sentiu os braços cansados? Depois secou o cabelo com o secador ou optou por deixá-lo secar sozinho? Usou um pente ou uma escova? Que funções motoras considera necessárias para preparar o seu cabelo? E mentais? Que importância tem esta atividade para si? Acha que todas as pessoas consideram esta atividade significativa?

(Crepeau & Schell, 2009).

Responder a esta panóplia de questões faz parte do plano de intervenção de um Terapeuta Ocupacional. Quer o foco seja em atividades de auto-cuidado como tomar banho, ou atividades produtivas como voltar ao trabalho, os Terapeutas Ocupacionais procuram avaliar quais as ocupações que os seus clientes pretendem e necessitam de fazer, tendo em conta as suas capacidades atuais.

Assim, num primeiro momento o Terapeuta tenta perceber quais as ocupações significativas para a pessoa. Posteriormente, faz uma avaliação de forma a determinar porque motivo a pessoa não é capaz de fazer ou porque é que o seu desempenho não é satisfatório.

Voltando à atividade de tomar banho, vamos analisar a “complexidade da sua simplicidade”. Para conseguirmos tomar banho recorremos a várias competências tais como:

  • – Estabilização do tronco
  • – Alinhamento
  • – Posicionamento
  • – Alcançar
  • – Inclinar
  • – Preensão
  • – Manipulação
  • – Coordenação
  • – Sequenciação de tarefas
  • – Memória de trabalho
  • – Entre outras…

 
Agora imagine uma pessoa que sofreu um AVC ou que tem demência e que deseja realizar esta atividade sozinha, em segurança e de forma satisfatória. Já não parece tão simples pois não?

(Leite, A., 2018).

 
E se para além das dificuldades motoras e/ou cognitivas verificarmos que o próprio contexto da pessoa dificulta a participação da mesma nesta atividade? Imagine que a pessoa não é capaz de andar, como entra na banheira? Ou que a cadeira de rodas não passa na porta da casa de banho. A avaliação do Terapeuta Ocupacional vai além das capacidades, da rotina e dos hábitos da pessoa. Essa avaliação estende-se ao contexto e ambientes onde são realizadas essas atividades, de modo a perceber se existem ou não adaptações necessárias para promover o desempenho e a participação da pessoa nas ocupações que deseja e necessita realizar.

Tem um familiar ou amigo que não é capaz de envolver-se em ocupações significativas? Fale com um Terapeuta Ocupacional, os especialistas da “complexidade da simplicidade”.

 

Fontes:

A ideia de escrever um artigo sobre este tema, 
bem como o uso de expressões como “a complexidade 
da simplicidade” e 
outras referências ao longo do texto surge após 
a leitura do 
seguinte artigo:
//www.reab.me/se-voce-acha-que-tomar-banho-e-simples-deveria-ler-esse-post/

Creapeu, E; Cohn, E. & Schell, B. (2009). 
Occupational Therapy (5ª ed). Willard & Spackmans.

 

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